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quarta-feira, 1 de junho de 2011

A PAIXÃO


Autor: Saavedra Valentim


Paixão, sentimento de euforia, que atinge fulminante o nosso eu,
Numa revolução interna, de tal proporção, que afloram antigas emoções vividas.
Que acordam e reacendem, em nossos corações, a chama que não morreu!
De nosso íntimo, um sinal claro do reviver, do renascer de loucuras adormecidas.

Sentimento etéreo! É a ressuscitação da volúpia de tempos imemoriáveis,
Um torvelinho das sensações renovadas a um coração entorpecido, desiludido!
É a efervescência do renascimento do ser, promessa de emoções inarráveis.
É como se, do nosso âmago, a lava ardente emergisse de um vulcão adormecido.

Uma paixão quase sempre é efêmera; poucas transcendem para sentimento eterno;
Não tem a essência sublime, divina, capaz de florescer afeição, devoção ou compaixão.
Diferentemente, o amor, correspondido, traz a paz, a segurança, ambiente terno,
Nos mantém presos, atados a quem nos preencheu a alma e aquietou-nos o coração.
 
Apesar de também arrasador, o amor não tem o ímpeto da paixão,
Que é efervescente, que nos remete à loucura, à insensatez, à imprudência,
Ao retorno do passado, à juventude perdida, ofuscando a nossa razão,
Pois aquele é puro, envolve sensibilidade, cumplicidade, cria dependência.

O amor, comumente, nos impõe sofrimento e dor, leva-nos às lágrimas ardentes,
E, quase sempre, ao tempo não resiste, morre por falta de amor, indiferença.
É o próprio amor se matando, cometendo suicídio sentimental, coisas incoerentes.
Um grande vazio ocupa seu espaço e, aos antes amantes, resta a malquerença.

Morrer nem sempre significa o fim, mas pode ser um novo início, uma esperança.
A semente para florescer há de morrer, ato de uma nobreza sem par,
Pois se o chão é fértil, tal um coração recuperado das cinzas, sem má lembrança,
Sem soluços, com altivez, sem pressa, há de um novo amor reconquistar.

A paixão, além de tudo, não se mata, não nos maltrata, não nos causa dor, só emoção.
A chama vai se esvaindo e, quando se dá conta, apaga-se sozinha, sem sofreguidão.
Recordações intensas deixando-nos e um coração pronto para novas emoções sentir,
Com vigor, novas experiências buscar; isso é viver, é experimentar sem se ferir.

Mas quando há amor com paixão,
Que se fundem num só sentimento,
Haja coração! Aquece a relação,
É amor com emoção, sem ressentimento.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ALMA LIBERTA


Oh! minh’alma liberta, voa por esse espaço infinito,
tal  infinito é o amor que carrega.
Hoje, pode refazer toda a sua história, sem conflito,
livre desse terrível desterro, escravizada, enquanto cega.

Voa minh’alma para além de mim, que sou fraco, imaturo;
despe-se do meu ódio, meu desespero, meus rancores,
romper com o meu passado, ousar no futuro.
Esquecer tudo lá trás, as tristezas, os dissabores.

Voa minh’alma, vá viver sua liberdade, sem se magoar,
voa tão alto quanto possível seja, alcance o condor.
Talvez seja difícil, quem sempre cativo, o hino da liberdade entoar,
mas outra alma há de encontrar, que não irá atormentá-la, causar-lhe dor.

Voa minh’alma para além desse mundo de horrores, para muito além dela.
Não se entregue mais ao sofrimento desnecessário,  vença a batalha final.
Que  ela possa assistir ao seu triunfo; verá que sua alma não é tão bela!
não se angustie, não se aprisione mais, o laço foi rompido, afinal.

Voa minh’alma pura, para além dela,  em busca da paz.
Para se sublimar,enlevar-se, saboreia a sua vitória;
tenha coragem, sobrepuja esse inimigo contumaz,
viva o hoje, o amanhã,  pois, o ontem,  seria uma luta inglória!

Voa minh’alma, voa! Mas agora, sem a alma dela.
Persiste, não se renda às vicissitudes da existência;
cabe-lhe o direito de outras almas invadir, sem querela,
com suavidade e ternura, sem norma ou exigência.

Voa minh’alma, voa! Mas agora, com nova alma.
Ofereça-lhe amor, compaixão, carinho e solidariedade.
Goze o esplendor da suavidade da vida, de uma ternura calma,
mas não se curve mais a paixões descabidas, impiedosas, à maldade!

Voe minh’alma, com todos os pecados remidos!
Tal uma Fenix, ressurja das cinzas, rearrume a vida.
Angústia, solidão, tristezas, serão palavras sem sentidos,
cujos sentimentos não mais a afetarão. Foi curada a ferida!

CONFISSÕES DE UMA MENTE CONFUSA


Este é o meu livro, que foi publicado dia 20/09/2010, pela editora Biblioteca 24x7.